Sobre a
Paralisia Cerebral
A Paralisia Cerebral (PC) é a deficiência motora mais comum na infância, resultante de lesões no cérebro imaturo, geralmente até os dois anos de idade. Essas lesões afetam o controle dos movimentos, causando dificuldades motoras e de postura, que podem variar de acordo com a gravidade e a localização da lesão. A Paralisia Cerebral é um termo abrangente, pois cada indivíduo apresenta sintomas e desafios únicos.


Paralisia Cerebral e as
Suas Classificações
A Paralisia Cerebral pode ser classificada de diferentes formas, o que ajuda os médicos a determinar a melhor abordagem de tratamento.
As principais classificações são:
Classificação Topográfica
Hemiparética
Afeta apenas um lado do corpo, semelhante a um acidente vascular cerebral.
Diparética
Afeta predominantemente os membros inferiores, comum em bebês prematuros.
Tetraparética
Afeta todos os quatro membros e, em alguns casos, o controle do tronco e da cabeça.
Classificação do Tipo Motor
PC Espástica
Representa cerca de 87% dos casos. Caracteriza-se por rigidez muscular e reflexos exagerados. As pernas geralmente ficam cruzadas e os pés em posição de ponta.
PC Discinética
Corresponde a aproximadamente 7,5% dos casos. Nela, há movimentos involuntários, descoordenados e repetitivos.
PC Atáxica
Cerca de 4% dos casos. Crianças apresentam problemas de coordenação e equilíbrio.
PC Mista
Combina características das outras formas de Paralisia Cerebral.
Classificação Funcional - GMFCS
Nível I:
Anda sem limitações.
Nível II:
Anda sem apoio, mas com algumas dificuldades.
Nível III:
Anda com ajuda de um dispositivo de mobilidade.
Nível IV:
Auto-mobilidade limitada, utiliza cadeira de rodas.
Nível V:
Dependente de cadeira de rodas para transporte.

História &
Evolução
Desde 1861, quando William Little descreveu pela primeira vez a condição, muito se aprendeu sobre a Paralisia Cerebral. Ele observou uma ligação entre partos complicados e prematuridade com o desenvolvimento de deformidades físicas e mentais. Posteriormente, Sigmund Freud foi o primeiro a utilizar o termo “Paralisia Cerebral Infantil”, focando nas alterações cerebrais como causa das deformidades.
A definição atual da Paralisia Cerebral foi estabelecida em 1959, durante o Simpósio de Oxford, sendo reconhecida como uma encefalopatia crônica não progressiva que surge na infância. Esta definição foi atualizada diversas vezes nas décadas seguintes, incorporando e reconhecendo a existência de problemas concomitantes, como as alterações nos músculos, articulações e ossos, que podem ter uma natureza progressiva com o crescimento da criança.
Desafios no
Tratamento
Embora a lesão cerebral não progrida, as consequências motoras podem evoluir com o crescimento da criança, mudando as necessidades de tratamento. A detecção precoce é crucial, pois permite a introdução de intervenções que podem melhorar a qualidade de vida.
Os principais desafios no tratamento incluem o controle da espasticidade e distonia, a vigilância da saúde do quadril, o conforto e posicionamento adequados, e a melhora da marcha com redução do gasto energético, nas crianças que andam. O tratamento deve ser ajustado continuamente à medida que a criança cresce, garantindo que todos os aspectos do desenvolvimento sejam acompanhados.
